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Saúde Suplementar no Brasil: Aspectos, Números e Desafios para Operadoras de Planos de Saúde (2022-2024)

Atualizado: 13 de jun.




Nos últimos anos, o setor de saúde suplementar, isto é, de planos de saúde no Brasil tem enfrentado uma série de desafios e transformações significativas. A jornada entre 2022 e 2024 até agora, revela uma história de crescimento, retração, e adaptação frente a novas legislações e demandas de mercado.



A Brokermix traz para você informações pontuais do setor, longe de ser uma análise profunda do mercado de saúde suplementar no Brasil. Convidamos você a tirar suas próprias conclusões. Boa leitura.


Saúde Suplmentar: Número de Beneficiários e Participação do Setor Privado

Entre 2022 e 2024, observou-se um aumento leve proporcionalmente no número de beneficiários de planos de saúde, passando de 50,1 milhões para 51,1 milhões, com projeções. Isso indica uma ainda crescente confiança e grande dependência da população brasileira na saúde suplementar, num crescimento de 28% para 29%. Esse crescimento também se reflete na adesão a planos odontológicos, que aumentou de 30,5 milhões para 32 milhões de beneficiários.


Desafios

O principal desafio da atualidade, a introdução de novas legislações, tem gerado um aumento drástico nos custos operacionais, exigindo cobertura para novos procedimentos e tecnologias, além de impor regras mais rígidas para reajustes e carências. É quando a judicialização em torno das negativas de cobertura também se intensifica.


O setor como um todo enfrenta um aumento de preços acima da inflação principalmente para o mercado corporativo, uma queda significativa na lucratividade das operadoras, e desaceleração nos investimentos em tecnologia e infraestrutura. Esse desafio é agravado pelos constantes custos crescentes com medicamentos, honorários médicos e custos hospitalares, além da competição acirrada.


Planos de Saúde tiveram lucro?

A atualização sobre a situação financeira das operadoras de planos de saúde no Brasil indica uma continuidade dos desafios econômicos enfrentados pelo setor. Em 2023, as operadoras de planos de saúde registraram um lucro líquido de R$ 2 bilhões no primeiro semestre, equivalente a cerca de 1,3% da receita total, que foi de quase R$ 154 bilhões​ (Gov)​.


Ou seja, para cada R$ 100,00 de receitas no 1º semestre de 2023, o setor auferiu apenas cerca de R$ 1,3 de lucro ou sobra.



Esse cenário reflete uma luta constante das operadoras para manter a rentabilidade frente a custos assistenciais crescentes e uma regulamentação rigorosa. A sinistralidade, que mede a relação entre o que as operadoras gastam com assistência e o que arrecadam com as mensalidades, tem ficado na média de 87,9%, indicando que quase 88% das receitas são consumidas com despesas assistenciais​ (Gov)​.


Realmente o setor de saúde suplementar no Brasil enfrentou uma das piores crises desde o início de sua regulação, apesar de o número de clientes em 2023 ser o maior registrado nos últimos 10 anos, superando 50,55 milhões de beneficiários​ (Saúde Business)​.


Esse aumento da sinistralidade em 2023, reflete um incremento significativo nos custos assistenciais, contribuindo para um prejuízo operacional acumulado na casa dos bilhões (Saúde Business)​.


Além das mudanças legislativas, entre os desafios do equilíbrio financeiro estão o envelhecimento da população beneficiária e as "malditas" fraudes, estimadas entre R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões anualmente, incluindo os golpes em reembolsos, além da judicialização com uma crescente de liminares para contornar os contratos, uma prática comum no Brasil para obrigar as operadoras a cobrir procedimentos não obrigatórios​.


O rol de procedimentos obrigatórios e as regras para cobertura de doenças preexistentes, como a portabilidade obrigatória, são alguns dos pontos mais desafiadores para as operadoras.



Por outro lado, há também a luta contra a desinformação, outro aspectos crítico que o setor continua a enfrentar, buscando investir em tecnologia e educação do consumidor para mitigar problemas de uso inadequado e reduzir as fraudes que prejudicam o próprio usuário do sistema.


Assim, a necessidade de revisão de gestão, a criação de mecanismos de auto-proteção contra lacunas legais e despesas falsas, além da busca por estratégias de sustentabilidade se tornaram essenciais.


Operadoras precisam não só revisar seus processos internos mas também adaptar-se às novas realidades do mercado para garantir a viabilidade de seus serviços a longo prazo.

Com o futuro ainda incerto, é claro que a sustentabilidade do setor depende da capacidade das operadoras de enfrentar esses desafios complexos, mantendo o equilíbrio entre custos operacionais e a qualidade dos serviços oferecidos aos seus beneficiários.


Crises Regionais da Unimed

Os desafios do setor vem refletindo em um dos principais players, o Sistema Unimed que ainda mantém sua posição como a maior cooperativa de trabalho médico do mundo, com 343 cooperativas espalhadas pelo Brasil e mais de 18,5 milhões de beneficiários, mas que vem enfrentando crises significativas em algumas de suas cooperativas regionais, as chamadas Singulares, incluindo unidades importantes do sistema: intervenção da ANS na Unimed Cuiabá em 2022, e problemas diversos em Unimed Fama, Unimed Rio, e Unimed Goiânia ao longo de 2023. Essas crises refletem desafios como aumento dos custos assistenciais, regulamentação mais rigorosa, crescimento da inadimplência e competição acirrada.


Crise na Hapvida

Em 2023, a Hapvida passou por um período de crise marcado por uma notável desvalorização de suas ações na bolsa, refletindo desafios como aumento nos custos assistenciais e inadimplência, além do impacto de novas regulamentações da ANS que afetaram a receita. A crise foi agravada por dificuldades na gestão e integração de aquisições como a fusão com a Notredame Intermédica. Em resposta, a empresa implementou uma série de medidas de reestruturação, incluindo cortes de custos e revisão estratégica, financiadas por um aporte significativo de capital por seus acionistas fundadores. Essas ações começaram a surtir efeito a partir de agosto de 2023, com uma recuperação gradual no valor de suas ações. Contudo, a Hapvida continua enfrentando desafios relacionados à inadimplência e ao ambiente competitivo do mercado, com seu futuro pendente na eficácia das estratégias adotadas para a superação desses obstáculos.




Plano de Saúde Empresarial: Os Desafios para Empresas que financiam a saúde suplementar

Nos planos empresariais, as empresas contratantes lidam com o desafio de equilibrar os custos dos planos de saúde com a necessidade de reter talentos, oferecendo planos atrativos sem comprometer seu orçamento ou competitividade.


A gestão da sinistralidade entre a população beneficiada de colaboradores e seus dependentes é o principal desafio para contenção dos reajustes, já que enfrentaram um aumento médio de 15% nos custos em seus contratos de planos de saúde em 2023, um valor acima da inflação. Para mitigar esses custos, boa parte das empresas optaram por introduzir opções de coparticipação e franquia, a contragosto dos usuários.


Apesar dos desafios, o setor vislumbra um crescimento moderado, com um foco crescente em planos mais acessíveis, saúde digital, e a gestão de saúde populacional.


O Caminho a Seguir

O setor de saúde suplementar, liderado por gigantes como a Unimed, Hapvida, Bradesco Saúde, Amil e Sul América, ainda enfrenta um período de desafios significativos, e por outro lado, também de oportunidades para inovação e melhoria numa indústria em constante adaptação.


As crises enfrentadas por algumas cooperativas da Unimed e pela Hapvida são graves, mas as medidas de reestruturação, o foco na eficiência e qualidade da gestão, e os investimentos em tecnologia são caminhos promissores para a superação desses obstáculos.


Embora haja obstáculos significativos a serem superados, as perspectivas para o futuro são de evolução contínua, com a busca por soluções inovadoras e sustentáveis que atendam às necessidades de uma população cada vez mais exigente por serviços de saúde de qualidade.


O setor segue resiliente, adaptando-se às novas realidades do mercado e às necessidades de sua população beneficiária, mantendo-se vital para o bem-estar de milhões de brasileiros.


Fontes: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Instituto de Estudos de Saúde Suplementar.



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